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Curitiba, Paraná, Brazil
Especialista em Gestão Educacional, Pedagoga Professora e Tutora de Filosofia Autora de livros didáticos Consultora pedagógica/comercial

Filosofia x F~isica

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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

resposta das personalidades da imagem

Resposta: http://cliptank.com/PeopleofInfluencePainting.htm As Personalidades são 1.Bill Gates 2.Sócrates 3.Cui Jean 4. Lenin 5. Pelé 8. Audrey Hepburn 9. Adolf Hitler 10. Marco Antonio 11. Bill Clinton 13. Charles De Gaule 14. Saddam Hussein 16. Ludwig von Beethoven (?) 17. Charles Chaplin 23. Margareth Tatcher 24. Bruce Lee 26. Winston Churchill 28. Franklin Roosevelt 31. Sigmund Freud 33. Mike Tyson 34. Vladimir Putin 36. Shirley Temple 38. Rainha Elizabeth 41. Elvis Presley 42. Humphrey Boggart 43. William Shakespeare 44. Josef Stalin 34. Charles Darwin 47. Albert Einstein 49. Friederich Nietzsche 40. Karl Marx 51. Wolfgang Amadeus Mozart 53. Pablo Picasso 54. Abraham Lincoln 56. Gengis Khan 57. Napoleão Bonaparte 58. Ernesto Che Guevara 59. Fidel Castro 62. Mao Tse Tung 63. Moisés 64. Confúcio 65. Ghandi 69. Marylin Monroe 70. Marlon Brando 71. Yasser Arafat 72. Alexandre o Grande (?) 74. Salvador Dali 75. Luciano Pavarotti 76. George W. Bush (?) 78. Koffi Anan 79. Príncipe Charles 82. Michael Jordan 84. Vincent Van Gogh 90. Mihail Gorbatchev 91. Madre Teresa de Calcutá 99. Júlio César 102. Osama Bin Laden

Descobra quem são......

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A biblioteca anárquica da Pote de Mel | Vídeos | Gazeta do Povo

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A nanobiblioteca do Viana | Vídeos | Gazeta do Povo

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O que é uma Alegoria

Você já parou e analisou o que é uma Alegoria? Alegoria é uma figura de linguagem que está dentro do que se classifica como figura das palavras, ou seja, relaciona-se a semântica, é encontra seu significado dentro das abstrações. De acordo com o dicionário Aurélio: “Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado”, isto é, além de servir como figura de linguagem para textos, bastante comum em fábulas e parábolas, cabe também a obras de arte. Em muitos casos, lições de moral são utilizadas como forma de alegoria, pois elas representam situações a partir de artifícios que significam alguma coisa por meio de outras coisas. A própria construção etimológica da palavra alegoria, que vem do grego allegoría, identifica sua função que significa, “dizer o outro”. Apesar de se parecer com a metáfora, diferenças e discussões existem acerca delas. Alguns estudiosos defendem a proximidade de ambas e outros pesquisadores discordam. Na turma dos que encontram ligações está Quintilano, que afirma que alegoria é “metáfora continuada que mostra uma coisa pelas palavras e outra pelo sentido”. Mas resumidamente, a metáfora adequa-se a termos isolados, enquanto a alegoria diz respeito ao texto na íntegra. Além da metáfora, a alegoria também confunde-se com símbolo, porém, suas diferenças encontram-se no que diz respeito ao significado imediato ou não. Enquanto no símbolo a compreensão é direta e imediata, na alegoria necessita-se de um esforço intelecto para que o objeto em questão – obra de arte ou texto – seja entendido. A Bíblia é um grande exemplo que está repleto de alegorias, como em: “Tu os sustentas com pão de lágrimas, e lhes dás a beber lágrimas com abundância”. Jesus Cristo, inclusive, ensinava seus discípulos a partir delas. Além do livro sagrado, existem ditos populares bastante famosos que exemplificam a figura de linguagem em questão, como: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”; que literalmente identifica a perseverança, persistência das pessoas e outros significados que podem ser atribuídos de acordo com o leitor e/ou ouvinte. Um outro exemplo bastante funcional é a dupla luz/trevas, que respectivamente representa bondade/maldade. Nas obras de arte, a alegoria encontra-se nas representações que requerem o pensamento intelectual, como é o caso de uma mulher de olhos vendados que representa justiça. Nas artes visuais, a alegoria encontra-se desde a Grécia até na Arte Contemporânea, passando também pelo Renascimento, além do Modernismo e Arte Colonial Brasileira.
Como exemplo de obra de arte com alegoria pode ser citada a pintura Moema (1866), de Victor Meirelles, recheada de características indígenas, que representam o povo. Leiam sobre a obra em: http://notasmentaisdeumesquecido.wordpress.com/tag/victor-meirelles/

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Corujas

Corujas
“Tinham um olhar dentro, de quem olha fixo e sacode a cabeça, acenando como se numa penetração entrassem fundo demais, concordando, refletidas. Olhavam fixo, pupilas perdidas na extensão amarelada das órbitas, e concordavam mudas. A sabedoria humilhante de quem percebe coisas apenas suspeitas pelos outros. Jamais saberíamos das conclusões a que chegavam, mas oblíquos olhávamos em tomo numa desconfiança que só findava com algum gesto ou palavra. Nem sempre oportunos. O fato é que tínhamos medo, ou quem sabe alguma espécie de respeito grande, de quem se vê menor frente a outros seres mais fortes e inexplicáveis. Medo por carência de outra palavra para. melhor definir o sentimento escorregadio na gente, de leve escapando para um canto da consciência de onde, ressabiado, espreitaria. E enveredávamos então pelo caminho do fácil, tentando suavizar o que não era suave. Recusando-lhes o mistério, recusávamos o nosso próprio medo e as encarávamos rotulando-as sem problema como ‘irracionais’, relegando-as ao mundo bruto a que deviam forçosamente pertencer (...) Minha mãe sorriu-lhes, tentando a primeira carícia, recusada talvez por inexperiência de afeto. Contudo, não as penetrou fundo, anexando-as inofensivas em seu esparramar de bondade sem precauções. Foram as crianças as primeiras a hesitar, num recuo que seria de ofensa se pertencesse à gente grande. Crianças trocaram assombros frente à estranheza dos bichos nunca antes vistos. Por terem menos tempo de existência eram talvez as mais vulneráveis ao mistério. O viver constante demorado e desiludido dos outros, acostumados a dureza, não podendo por caminhos diretos render-se à solicitação dos olhos delas. Mas a inexperiência das crianças levava-as ao extremo oposto de desrespeitá-las em sua individualidade, trazendo-as sem cerimônias para seu mundo de brinquedos. Perguntaram o nome dos bichos à empregada atarefada em passar café. Coruja - foi a resposta seca, desinteressada, como se se tratassem de um saco de açúcar. (...) Restou-me o consolo de ter sido o primeiro a identificá-las como realmente eram. Ou como eu as via, duvidando que a visão dos outros fosse mais correta, profunda ou corajosa. (...) Logo caminhavam pela casa inteira, desvendando segredos. As crianças seguravam-nas, embalando-as como nenéns. Sem esperar, de repente, agente deparava com o olhar amarelo fixo duma -perturbando, interrogando, confundindo. A acusação muda fazia com que me investigasse ansioso, buscando erros. E punha-me em dia comigo mesmo, para me apresentar novamente a elas de banho tomado, unhas cortadas, rosto barbeado, cabelo penteado -na ilusão de que a limpeza externa arrancasse um aceno de aprovação. (...) Admitia-as envergonhado, mas hesitava em mostrar-me, criminoso negando o crime até a evidência dos fatos. Observava os olhares desviados dos adultos, e desviava também o meu, cirandando com eles na mesma negação. (...) Chamá-las de alguma coisa seria dar um passo no caminho de seu conhecimento, como se sutilmente as fosse amoldando à minha maneira de desejá-las. Finalmente achei. Eram nomes de criaturas estranhas, indecifráveis como elas, já perdidas no tempo, misteriosas até hoje. Rasputin e Cassandra. Calei a descoberta, ocultei o batizado, apropriando-me cada vez mais de sua natureza, embora inconscientemente soubesse da inutilidade de tudo. (...) Desejei comunicá-las sua próxima libertação, mas a ineficiência de gestos e palavras isolou-me num mutismo para elas incompreensível. Éramos definitivamente incomunicáveis. Eu, gente; elas, bichos. Corujas, mesmo batizadas em segredo. Cassandra e Rasputin. Ofélia e Hamlet. Tutuca e Telecoteco. Qualquer nome não modificaria a sua natureza. Nunca. Corujas para sempre. (...) Num começo de manhã ainda sem sol, igual a que as tinha trazido, Rasputin foi encontrado morto. O corpo pequeno e cinzento, já rígido, sobre os mosaicos frios da cozinha. Desviei os olhos sem dar nome ao sentimento que me invadia. Encolhida em seu canto, Cassandra diminuía cada vez mais. Olhos cerrados com força, eu tinha impressão que vezenquando seu corpo oscilava, talo de capim ao vento, quase quebrado.Até que morreu também. Digna e solitária, quem sabe virgem. Enterraram-na no fundo do quintal, uns jasmins jogados por cima da cova rasa, feita com as mãos. Não fui ver a sepultura. Não sei se me assustava o mistério adensado ou para sempre desfeito.” Para ler na íntegra, procure no livro“Inventário do Ir-remediável”, de Caio Fernando Abreu, o conto “Corujas”, e leia todos os outros contos também.